Número 12

São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2003 

"O cérebro é mais amplo que o céu." (Emily Dickinson)
 


Vinicius de Moraes


Caríssimos,

Todos nós, que gostamos de poesia, conhecemos e reconhecemos estes versos de Vinicius de Moraes. Escrito sob o influxo dos horrores da Segunda Guerra Mundial e, em especial, sob o impacto moral das explosões atômicas, “A Rosa De Hiroxima” é um poema bonito e forte.

Agora, durante mais uma guerra-massacre sem rima nem razão, vale a pena reler, repetir, cantar e recitar esse poema onde seja possível. Paz!

                       •


Quando falei em cantar "A Rosa de Hiroxima", naturalmente estava me referindo à excelente música de Gerson Conrad para os versos de Vinicius, gravada pelos Secos & Molhados, em 1973.


Um abraço,

Carlos Machado



Veja também sobre Vinicius de Moraes os boletins:

- poesia.net 240
- poesia.net 300
 

A rosa de Hiroxima

Vinicius de Moraes

 



Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada


 


Pablo Picasso: Guernica, 1937

 

poesia.net
www.algumapoesia.com.br
Carlos Machado, 2003

Vinicius de Moraes
In Antologia Poética
José Olympio, 20a. ed., Rio de Janeiro, 1981